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quarta-feira, 14 de abril de 2010

João Calvino: Vida e teologia.

Contexto histórico.





A dois séculos antes mais ou menos de acontecer a reforma protestante os precursores deste movimento haviam, com sua próprias vidas, plantado um pouco daquilo que seriam os idéias sócio-econômico-cultural-político religioso reformadores. Homens como Jhon Huss e Wycliff gozavam tanto de um sucesso como de um insucesso na implantação de seus ideais.

Neste mesmo intento de reforma a igreja cristã um homem chamado Martinho Lutero dá inicio ao que conhecemos como reforma protestante. Passo a passo ele foi rompendo com a teologia, tradição e pratica da Igreja Católica Romana até que em 31 de outubro de 1517 ele pregou nas portas da igreja de Wittenburg as suas 95 teses contra a venda de indulgência. Não somente estas teses como também outras obras de Lutero foram traduzidas para diversas outras línguas o que facilitou a propagação dos idéias reformadores e sua desarraigarão da igreja católica.

A maior parte dos monges, antes indiferente ao que ocorria fora dos conventos deixou seus claustros para pregar o evangelho do Novo Testamento. Nesse tempo, não poucos sacerdotes romanos tomaram-se luteranos, sendo o exemplo deles seguido por muitos fieis de suas paróquias. Também, não poucos bispos fizeram o mesmo. Muitos humanistas famosos dedicaram sua cultura propagando e defendendo a nova expressão do Cristianismo.

A Reforma, já fora dos limites da Alemanha, estava produzindo considerável alteração no modo de vida do povo em outras regiões da Europa. Deixou de ser um movimento de conotação simplesmente anti-papal, para se tornar-se um dos maiores avivamentos religiosos da História da Igreja. Surgiram logo depois, muitos outros movimentos reformadores, paralelos, destacando-se precisamente na Suíça, França, Escócia e Inglaterra.

Neste contesto nasce e cresce aquele que seria o teólogo mais influente ao protestantismo pós- luterano.









Vida de Calvino.



No dia dez de julho de 1509, em Noyon Picardia, norte da França, nasceu Jean Cauvin, filho de Gerard Cauvin e Jeanne Le Franc de Cambrai. Nesta época Lutero já havia pregado suas primeiras conferencias na Universidade de Witteberg. Calvino era aproximadamente 26 anos mais novo que Lutero, o que fazia dele pertecente á segunda geração da reforma protestante.

Seu pai pertencia a classe média da sociedade de Noyon, e com o exercício do secretariado do bispo e procurador da biblioteca da Catedral procurou oferecer ao seu filho João os benefícios eclesiástico com os quais iria custear seus estudos.

Aos três anos de idade Calvino perde, para a morte, sua simples calma piedosa, bela e religiosa mãe.

Ele teve sua infância em dias que a Igreja Romana e suas crendices tinham forte influência sobre o povo que se dispunha a crer em qualquer coisa absurda. A igreja dizia possuir fios de cabelo de João Batista, um dente do Senhor Jesus, um pedaço de maná do Antigo Testamento, algumas migalhas que sobraram da primeira multiplicação dos pães e alguns fragmentos da coroa de espinhos usada por Jesus.

Deste muito pequeno Calvino aprendeu as polidas maneiras da sociedade, isto em decorrência das suas relações muito próxima com a nobre e poderosa família dos Montmor.

Quando Calvino tinha apenas 12 anos de idade ele foi nomeado capelão da Catedral de Noyon, tronando-se assim membros do clero. Evidentemente ele não possuía todas as ordens sacerdotais mas o suficiente para lhe conferir ao lucros do benefícios eclesiástico.

Aos 14 anos de idade Calvino foi enviado ao Colégio Montaigri, em Paris, onde dedicou-se as artes liberais e mais tarde iria estudar teologia. Como estudante ele era excepcional e se avantajava em muito aos seus companheiros. Era um rapaz de baixa estatura, organismo fraco e delicado, feição pálida , olhar brilhante, muito inteligente e de firme caráter. Era tímido, irritável, muito austero, organizado, inflexível. Muito disso sabemos graças a sua biografia escrita por seu sucessor, Teodoro de Beza. Em Paris aprendeu bem latim e foi instruído na filosofia e na dialética completando seu curso de graduação no começo de 1528.

Aos dezoito anos foi nomeado para outro cargo eclesiástico o de pároco de S. Martinho de Marteville, no entanto ele não era sacerdote. Posteriormente Calvino veio a abrir mão do seu primeiro cargo eclesiástico em favor de seu irmão mais novo e trocou Marteville por Pontievê. Em 1534 abdicou a este segundo cargo.

Dizem que Calvino era conhecido entre seus colegas como ‘caso acusativo’ por estar sempre censurando-os e criticando severamente as suas falhas.

Por causa de um desentendimento de seu pai em 1528 com autoridades eclesiásticas a respeito de questões financeiras, Calvino foi transferido para a Universidade de Orleans e Burges, onde de acordo com a vontade de seu pai, agora excomungado, estudaria direito. Em Bourges, sob a influencia do alemão Melchior Wolmar, aluno de Lutero, passou a estudar grego e assim teve acesso ao Novo Testamento grego de Erasmo de Roterdã. Lá também abteve fortes influencias humanicista.

Com o falecimento do pai em 1531 e o termino da faculdade jurisprudência, mesmo nunca ter sido de seu agrado, Calvino passou a tomar suas próprias decisões e assim seguir seu desejo: esforçar-se no estudo das letras, tanto línguas (grego, hebraico e latim) com literatura. Ele assim o fez no Colégio Royal de França, uma instituição humanista fundada pelo rei Francisco I em 1530. Para lá fora a fim de estudar sob a direção um dos mais eminentes humanistas da época.

Entre a conclusão do seu comentário sobre a obra “Sobre a Clemência”de Sêneca e o fim do ano seguinte Calvino se converteu, adotando as idéias da Reforama e dispensado imediatamente o dinheiro das rendas eclesiásticas. No prefacio do seu comentário sobre o livro de Salmos ele escreveu um pouco sobre sua conversão: visto que eu estava mais teimosamente preso ás superstições do papado do que era possível desvencilhar-me de tão profundo lamaçal. Deus subjugou o meu coração da obstinação de minha idade para a docilidade de uma subida conversão. Forçado a abandonar a França, em 1534, por colaborar com Nicholas Cop, reitor da Universidade de Paris, na elaboração de um documento, recheado de humanismo e de Reforma, seguiu para Basiléia

Em Basiléia, uma cidade protestante, Calvino termina a sua maior obra teológica a “ Instituto Religionis Chistianae”, obra que teve de ser terminada as pressas em decorrência da necessidade de se defender os protestantes das acusações, perseguições executadas pelo rei Francisco I. “Na dedicatória, João Calvino pede que o rei faça uma distinção entre os ‘piedosos”, os verdadeiros adeptos do Evangelho, e os entusiastas, pois eram estes que provocavam a desordem no Estado.

A boa aceitação das Institutas motivou Calvino a continuar seus estudos teológicos e a transferir-se para Estrasburgo. A caminho de Estrasburgo, uma cidade protestante, ela parou par pernoitar em Genebra. Nesta cidade foi abordado Guilherme Farel, que defendia por não se contentar que Calvino estaria em Genebra. Farel o abordou por não se contentar que Calvino estaria lá só de passagem e a igreja com todos os seu problemas e necessidade a parecer.

Depois de muita argumentação e contra-argumentação entre Farel e Calvino, Farel sem conseguir convencer o jovem teólogo a ficar em Genebra apelou ao Senhor de ambos e insurgiu contra o teólogo com voz estridente: “ Deus amaldiçoe teu descanso e a tranqüilidade que busca para estudar, se diante de uma necessidade tão grande te retiras e te negas a prestar socorro e ajuda”.

Diante de enfático apelo de Farel cedeu e ficou em Genebra dias depois Calvino mesmo confessou: Senti....como se Deus tivesse estendido a sua mão do céu em minha direção para me prender... Fiquei tão aterrorizado que interrompi a viagem que havia encetado....Guilherme Farel me reteve em Genebra.

Inicialmente seu trabalho em Genebra foi um fracasso pois as pessoas não estavam dispostas a aceitarem as reformas calvinistas, o que acabou resultando na sua expulsão de Genebra em 1538. Levou três anos para o povo reconhecer as capacidades e intentos de Calvino, e em 1541 o convidam a voltar a Genebra, apelo que ele atendeu gratamente, porém não sem relutância.

Em Estrasburgo, agosto de 1540, Calvino casou-se com Idallete de Bure, viúva de um pastor anabatista e mãe de duas crianças, com quem foi feliz até que a morte a levou em 1549. Tiveram um único filho, o qual morreu ainda muito novo.

O período de 1548 a 1555 foi marcado na vida de Calvino pelas extensas e excessivas lutas contra hereges da cidade de Genebra, sendo que estas lutas tiveram o seu ápice na condenação e execução, por Calvino e aos seus , de Miguel Servetto em 1553. Em 1559 Calvino viu cumprir-se um dos seu sonhos, ao ser fundada a Univercidade de Genebra com um sistema de educação baseado em três níveis o qual seria um modelo educacional para a posteridade imediata .







Morte.



Calvino, que nunca fora robusto, morreu moço. Pregou seu ultimo sermão no dia seis de fevereiro de 1564 e faleceu a 27 de maio do mesmo ano, contando apenas 55 anos incompletos. A maravilha, porém, está em que não obstante as fraquezas físicas,as lutas incessantes e o trabalho excessivo , ele pudesse ter resistido tanto tempo. Somente a vida moderada e a força de vontade extraordinária podiam levá-lo tão longe.



Sua teologia.



Totalidade da depravação humana, entendendo que o homem herdou a culpa do pecado de Adão e nada pode fazer por sua salvação, uma vez que a sua vontade está totalmente corrompida. Calvino ensinava que a salvação é um assunto de eleição incondicional e independe do mérito humano ou da presciência de Deus: a eleição é fundamentada na sabedoria da vontade de Deus, havendo uma predestinação dupla, para a salvação e para a perdição. Calvino concebia ainda a limitação da redenção, ao propor que a obra de Cristo na cruz é restringida aos eleitos para a salvação. A doutrina da irresistibilidade da graça é necessária, então: o eleito é salvo independentemente de sua vontade, pois o Espírito santo o dirige irresistivelmente para Cristo. A perseverança dos santos é ponto final do seu sistema, os eleitos, irresistivelmente salvos pela obra do espírito santo, já mais se perderão.

Coordena sua teologia a idéia da sabedoria absoluta de Deus. Calvino tinha uma concepção majestosa de Deus, a exemplo da alguns dos profetas do Antigo Testamento. João Calvino foi um profundo conhecedor e estudioso das escrituras, toda sua teologia partiu das escrituras ele a partir daí apoiar nos escritos dos pais da igreja dos quais Agostinho é o seu preferido. Sua teologia e essencialmente bíblica.

Efésios.

Cristo à convivência das pessoas na igreja local, como também ao casamento, família a profissão. Também para essas situações Jesus é a paz.


Linguagem e estilo.

Não é possível que um autor use novas formas de expressão em uma nova situação. Isso pode ser causado pelas suas condições pessoais, mas muito mais pelas condições dos seus leitores. Afinal ele está escrevendo para a situação deles e querem eles o entendam. Colossenses é uma prova dessa capacidade de adaptação do apostolo Paulo.

Se alguém quer usar argumento contra um autor a linguagem não habitual do escrito em questão, precisa demonstrar que aquele autor não poderia em hipótese alguma, ter usado as termos do seu escrito . Seria muito difícil provar isso em relação a Efésios. O mesmo vale também para construções gramaticais.

Na verdade, o que chama a atenção é a diferença de estilo. Na primeira parte da carta, o que se destaca são os períodos longos e o acumulo de conceitos. Não teria sido possível que Paulo estivesse numa situação tranqüila, sem ter de defender o evangelho contra opositores, e formulasse a sua carta em forma de reflexão e de poesia?

Se de fato houve um imitador, como teria errado tão fragorosamente na primeira parte da carta? Não seria de se esperar um proximidade maior com os escritos do apostolo? Se houve esse imitador, foi um artista extra-ordinário.





Conclusão.

A carta aos Efésios e uma bela carta disso não tenho duvidas, mas as que eu tenho e de quem realmente a escreveu. Sei que a apenas uma hipótese sobre o assunto, não uma certeza. A plausibilidade pelas evidências do estilo e como Paulo aborda o assunto de que realmente não foi ele que a escreveu.









FOULKES,Francis. Introdução e comentário. Ed. Vida Nova. São Paulo, SP. 1981.

HORSTER, Gerhad. Introdução e síntese do Novo Testamento. Ed. Evangélica Esperança Curitiba Pr. 1996.

HALE, Broadus David. Introdução a Novo Testamento. Ed. Hagnus. São Paulo, SP. 2001

KUMMEL, Werner Georg. Introdução ao Novo Testamento. Ed, Paulus. São Paulo, SP. 1982.

VAUGHAM, Curtis. Efésio, comentário bíblico. Ed vida, EUA, Miami, Florida, 1986

ZERWICK, Max. A epistola aos efésios. 2a ª Ed. ,Vozes; .Petropolis, RJ. 1984