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terça-feira, 13 de abril de 2010

Credo dos Apostólos.

O CREDO DOS APOSTÓLOS

[O Credo Apostólico, tal como o conhecemos, encontra-se pela primeira vez em Dicta Abbatis Pirminii de singulis libris canonicis scarapsusu (= excerptus, excerto), c. 750.]

Creio em Deus, o Pai onipotente, Criador do céu e da terra.

E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos, no terceiro dia ressucitou dos mortos, subiu aos céus, está sentado à destra de Deus, o Pai onipotente, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo, a santa igreja católica [cristã] , a comunhão dos santos, a remissão dos pecados, a ressurreição da carne e a vida eterna. Amém.

Henry Bettenson, Documentos da Igreja Cristã (SP: ASTE/Simpósio, 1998), p. 61.


O CREDO “NICENO” (381)

[Encontra-se em Epifânio, Ancoratus, 118, c. 374 d.C., e parece ter sido extraído por estudiosos, quase palavra por palavra, das leituras catequéticas de Cirilo de Alexandria. Foi lido e aprovado em Calcedônia, 451, como sendo o credo dos 318 padres conciliares de Nicéia e dos 150 padres que “se reuniram em outra oportunidade” (isto é, em Constantinopla, 381). Daí ser freqüentemente mencionado como “credo de Constantinopla” ou “credo niceno-constantinopolitano”. Muitos críticos opinam ser a revisão do credo de Jerusalém transmitido a Cirilo.]

Creio em um só Deus, o Pai onipotente, criador do céu da terra, de todas as coisas, visíveis e invisíveis.

E em um só Senhor Jesus Cristo, filho unigênito de Deus e nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai, por quem foram feitas todas as coisas; o qual por amor de nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, e encarnou, pelo Espírito Santo, na virgem Maria, e se fez homem; foi também crucificado em nosso favor sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado; e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras; e subiu aos céus; está sentado à destra do Pai, e virá pela segunda vez, em glória, para julgar os vivos e os mortos; e seu reino não terá fim.

E no Espírito Santo, Senhor e vivificador, o qual procede do Pai,[1] que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; que falou pelos profetas.

E a igreja, una, santa, católica [cristã] e apostólica.

Confesso um só batismo, para a remissão dos pecados, e espero a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro. Amém.

Henry Bettenson, Documentos da Igreja Cristã (SP: ASTE/Simpósio, 1998), p. 63-64.


DEFINIÇÃO DE FÉ DE CALCEDÔNIA (451)

Fiéis aos santos padres, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve con-fessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, per-feito quanto à humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, constando de alma raci-onal e de corpo; consubstancial [hommoysios] ao Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; “em todas as coisas semelhante a nós, excetuando o pecado”, gerado segundo a divindade antes dos séculos pelo Pai e, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, gerado da Virgem Maria, mãe de Deus [Theotókos];

Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas nature-zas, inconfundíveis e imutáveis, conseparáveis e indivisíveis;[2] a distinção da naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência [hypóstasis]; não dividido ou separado em duas pessoas. Mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor; conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam, e o mesmo Jesus Cristo nos ensinou e o credo dos padres nos transmitiu.

Henry Bettenson, Documentos da Igreja Cristã (SP: ASTE/Simpósio, 1998), p. 101.


O CREDO DE ATANÁSIO (escrito contra os arianos)

(1) Todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo deve professar a fé católica [cristã]. (2) Quem quer que não a conserve íntegra e inviolada, sem dúvida perecerá eternamente.
(3) E a fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade (4) e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância.
(5) Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; (6) mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade.
(7) Qual o Pai, tal o Filho, tal também o Espírito Santo.
(8) Incriado é o Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo.
(9) Imenso é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo.
(10) Eterno o Pai, eterno o Filho, eterno o Espírito Santo; (11) contudo, não são três eternos, mas um único eterno; (12) Como não há três incriados, nem três imensos, porém um só incriado e um só imenso.
(13) Da mesma forma, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito é onipotente; (14) contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente.
(15) Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus; (16)e todavia não há três Deuses, porém um único Deus.
(17) Como o Pai é Senhor, assim o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor; (18) entretanto, não são três Senhores, porém um só Senhor.
(19) Porque, assim como pela verdade cristã somos obrigados a confessar que cada pessoa, tomada em separado, é Deus e Senhor, assim também estamos proibidos pela religião católica de dizer que são três Deuses ou três Senhores.
(20) O Pai por ninguem foi feito, nem criado, nem gerado.
(21) O Filho é só do Pai; não feito, nem criado, mas gerado.
(22) O Espírito Santo é do Pai e do Filho; não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. (23) Há portanto, um único Pai, não Três Pais; um único Filho, não três Filhos; um único Espírito Santo, não três Espíritos Santos.
(24) E nesta Trindade nada é anterior ou posterior, nada maior ou menor; (25) porém todas as três pessoas são coeternas e iguais entre si; de modo que em tudo, conforme já ficou dito acima, deve ser venerada a Trindade na unidade e a unidade na Trindade.
(26) Portanto, quem quer salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.

(27) Mas para a salvação eterna também é necessário crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo.
(28) A fé verdadeira, por conseguinte, é crermos e confessarmos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.
(29) É Deus, gerado da substância do Pai antes dos séculos, e é homem, nascido no mundo, da substância da mãe.
(30) Deus perfeito, homem perfeito, subsistindo de alma racional e carne humana.
(31) Igual ao Pai segundo a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade.
(32) Ainda que é Deus e homem, todavia não há dois, porém um só Cristo.
(33) Um só, entretanto, não por conversão da divindade em carne, mas pela assunção da humanidade em Deus.
(34) De todo um só, não por confusão de substância, mas por unidade de pessoa.
(35) Pois, assim como a alma racional e a carne é um só homem, assim Deus e homem é um só em Cristo; (36) o qual padeceu pela nossa salvação, desceu aos infernos, ressuscitou dos mortos, (37) subiu aos céus, está sentado à destra do Pai, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
(38) À sua chegada todos os homens devem ressuscitar com seus corpos e vão prestar contas de seus próprios atos; (39) e aqueles que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna; aqueles que tiverem praticado o mal irão para o fogo eterno.
(40) Esta é a fé católica. Quem não crer com fidelidade e firmeza, não poderá salvar-se.



[1] As adições “Deus de Deus” (do credo de Nicéia) e “(do Pai) e o Filho” ocorreram, pela primeira vez, no “credo de Constantinopla” como foi recitado no III Concílio de Toledo, em 589. A última frase, a “clausula filioque”, já tinha sido usada numa anterior Concílio de Toledo, em 477. Ela cresceu em popularidade no Ocidente e foi incluída em muitas versões do credo, excluindo-se o da Igreja de Roma, onde Leão III, em 809, recusou-se inseri-la. Mas, em 867, Nicolau I foi excomungado por Fócio, Bispo de Constantinopla, por ter corrompido o credo ao adiciona-la.
[2] Em dyo physesin, asygchytôs, atréptôs, adiairétôs, achôristôs.

II Concílio de Constantinopla.

Os “Três Capítulos” - Os cânones do Segundo Concílio de Constantinopla (533)

[As obras de três teólogos nestorianos ou seminestorianos, Teodoro de Mopsuéstia, Teodoreto de Ciro e Ibas de Edessa, tinham sido resumidas como os “três capítulos” e aprovadas em Calcedônia. Mas os monofisitas pressionaram o Imperador Justiniano através de sua mulher Teodora, conseguindo que ele condenasse os “três capítulos” por um edito em 543. O Papa Virgílio foi persuadido, ou intimidado, a confirmar essa condenação, mas a opinião surgida no Ocidente o levou a solicitar a convocação de um concílio ecumênico, que se reuniu em Constantinopla e condenou os “capítulos”. Assim, “o Oriente foi reconciliado às custas do Ocidente” (M. Deanesley, History of the Medieval Church, p. 11).]

1. Se alguém não reconhece a única natureza ou substância (oysia) do Pai, Filho e Espírito Santo, sua única virtude e poder, uma Trindade consubstancial, uma só divindade adorada em três pessoas (hypostáseis) ou caracteres (prósôpa), seja anátema. Porque existe um só Deus e Pai, do qual procedem todas as coisas, e um só Senhor Jesus Cristo, através do qual são todas as coisas, e um só Espírito Santo, no qual estão todas as coisas.

2. Se alguém não confessa que há duas concepções do Verbo de Deus, uma antes dos tempos, do Pai, intemporal e incorporal, e a outra nos últimos dias, concepção da mesma pessoa, que desceu do céu e foi feito carne por obra do Espírito Santo e da gloriosa Genitora de Deus e sempre virgem Maria, e que dela nasceu, seja anátema.

3. Se alguém disser que existiu um Deus-Verbo, que fez os milagres, e um outro Cristo, que sofreu, ou que Deus, o Verbo, estava com Cristo quando nasceu de uma mulher, ou que estava nele como uma pessoa em outra, e que ele não era um só e o mesmo Senhor Jesus Cristo, encarnado e feito homem, e que os milagres e os sofrimentos que ele suportou voluntariamente na carne não pertenciam à mesma pessoa, seja anátema.

4. Se alguém disser que a união de Deus, o Verbo, com o homem, foi feita quanto à graça, ou à ação, ou à igualdade de honra ou autoridade, ou que era relativa ou temporária ou dinâmica,[1] ou que era conforme o beneplácito (do Verbo), sendo que o Deus Verbo se comprazia com o homem...

5. Se alguém conceber a única personalidade (hypóstasis) de nosso Senhor Jesus Cristo de tal modo que permita ver nela diversas personalidades, tentando introduzir por este meio duas personalidades ou caracteres no ministério de Cristo, dizendo que dessas duas personalidades introduzidas por ele provém uma única personalidade quanto à dignidade, à honra e à adoração, como Teodoro e Nestório escreveram em sua loucura, caluniando o santo Concílio de Calcedônia ao alegar que a expressão “uma personalidade” foi por ele usada com essa ímpia intenção; e se não confessar que o Verbo de Deus foi unido à carne quanto à personalidade (kath’hypóstasin)...

6. Se alguém aplicar à gloriosa e sempre virgem Maria o título de “genitora de Deus” (theotókos) num sentido irreal e não verdadeiro, como se um simples homem tivesse nascido dela e não o Deus Verbo feito carne e dela nascido, enquanto o nascimento só deve ser “relacionado” com Deus o Verbo, como dizem, porquanto ele estava com o homem que foi nascido...

10. Se alguém não confessar que aquele que foi crucificado na carne, Nosso Senhor Jesus Cristo, é o verdadeiro Deus e Senhor da glória, parte da santa Trindade, seja anátema...

[Os quatro cânones restantes tratam com mais pormenores das opiniões os três teólogos.]


Henry Bettenson, Documentos da Igreja Cristã (SP: ASTE/Simpósio, 1998), pp. 159-160.




[1] [Katà] anaphorán, ê, schésin, ê dynamin, talvez: “feita por promoção ou possessão ou poder”.

Minha visão

Quando olhamos para o próximo.




Quando olhamos só para nós mesmos esquecemos do mundo. Olhando somente para nosso próprio umbigo, fazemos o que nos agrada, somos sempre os beneficiados com tudo que está ao nosso redor, inclusive o dinheiro e tudo aquilo que possa nos dar um tipo de poder. Nosso maior obstáculo sempre será nós mesmos. Nossa ambição para sermos sempre os ganhadores, o ilustres de toda e qualquer situação, nos faz errantes e gananciosos. Pessoas que não se preocupam com outras. Homens que fazem de tudo para continuar olhando só para si mesmo.



Com este olhar fechando em si mesmo, o que acontece ao seu redor é secundário, tudo vira segundo plano. Até a família vira segundo ou terceiro plano. Não se pode enxergar tudo olhando para si mesmo. Não se vê a boa reputação indo embora, a honestidade, a ética escorrendo entre os dedos. Tudo isso vai embora quando olhamos para nós mesmos.



Nosso olhar precisa se firmar no próximo, ele precisa ser nosso norte. Não existimos sozinhos, nossos problemas não são os únicos. Há milhões de indivíduos neste planeta que precisam de um olhar atencioso. Mas se eu olhar apenas para meu umbigo como vou enxergar tal situação!?!



Precisamos fazer como o mestre, fazer do outro alguém importante, pois se não, nos perderemos olhando para nós mesmo. Somente quando olhamos para o próximo, não para condená-lo mas para aprendermos, conseguiremos fazer um Brasil melhor, pois agora não existo sozinho, existem outros comigo na mesma caminhada, rumo a um lugar melhor para se viver.

Ninguém é uma ilha.

Na criação o homem ganha seu par. Ele sente a solidão da vida e logo pede uma axiliadora. Fico observando como esse conseito mudou, como os indivíduos de hoje só pensam em si mesmo. Criaram um mundinho particular. A vida para nossos dias parece ser melhor solitária, ao contrio da criação.
O homem entrou em um eucentrismo capitalista que mudou radicalmente o olhar para outro. Agora o outro não e mais importante, a não ser que possa lhe oferecer algo. Oferecer algo no sentido de beneficio própirio. Quando se é beneficiado, ai sim há um olhar para o próximo, um olhar de posse .
Precisamos voltar a pensar no outro como um ombro amigo e não como meio para lucros, pensar que não somos uma ilha e não conseguimos viver só.